CAÇADA DE INTOLERÂNCIA: Uma investigação jornalística sobre a violência policial contra terreiros durante as buscas por Lázaro Barbosa
20 de setembro de 2021. - Acerto de contas….
Foto da porta da casa do Pai André, com marcas de arrombamento.
O terreiro do Pai André é um local simples, um galpão grande com duas pequenas salas na frente, em que ficam as Entidades, e, um pouco mais afastado, há a casa onde mora seu novo caseiro. No dia 20 de setembro de 2021, os olhos do Pai André brilhavam numa tarde ensolarada e quente.
Ele chegou para nos receber a passos lentos, roupa toda branca e com os braços abertos. Neste dia, uma grande equipe com mais de 15 pessoas da comitiva do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos estava numa ação para visitar os terreiros que sofreram algum tipo de invasão ou agressão, durante as buscas pelo Lázaro. Entre os funcionários, estavam presentes dois secretários nacionais do Ministério, um deles Paulo Roberto, Secretário Nacional de Políticas de Promoção da Igualdade Racial.
Foto: encontro com a comitiva do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos no terreiros atacados.
Fomos recebidos um por vez, por um aperto de mão, uma benção ou um abraço. O pai de santo dá um “beijo”, de máscara, na minha mão e pede que Deus me abençoe. Após cumprimentar todos, ele nos leva até o galpão principal, uma grande sala arejada, com cadeiras e sofás perto das paredes, tambores ao fundo, uma foto grande do Pai André pendurado na outra parede. Encostados a esta mesma parede da foto, havia três grandes poltronas, onde sentaram os dois secretários e o pai de santo ao meio. O Pai André pede que todos se acomodem em algum lugar.
A equipe de reportagem foi acompanhada pelo presidente da Federação de Umbanda e Candomblé de Brasília e Entorno, Rafael Moreira, que estava, naquele dia, 20 de setembro de 2021, com a comitiva do Ministério. Eles nos convidaram, também, a visitarmos dois terreiros invadidos. Foi neste dia que conheci, primeiramente, Mãe Beth, depois Pai André e, por último, Mãe Bel. Nos encontramos por volta das 14h na casa de Mãe Beth, onde fomos recebidos com garrafas d'águas e pudemos conhecer a casa dela. Nesta mesma tarde, o assessor Ruben Camargos do secretário Paulo Roberto me convidou a conversar com ele, para saber mais sobre as ações do Governo Federal, encontro que ocorreria duas semanas depois.
Saindo da casa de Mãe Beth, seguimos para a casa do Pai André, onde passamos cerca de duas horas para, posteriormente, irmos para nossa última visita - a casa de mãe Bel.
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Em casos de crimes de discriminação, agressão ou ofensas contra religiões, liturgias e cultos,
o Disque Direitos Humanos (Disque 100) atua como um “pronto socorro” dos direitos humanos e atende graves situações de violações. O serviço funciona diariamente, 24 horas, por dia, incluindo sábados, domingos e feriados. As ligações podem ser feitas de todo o Brasil por meio de discagem direta e gratuita, de qualquer terminal telefônico fixo ou móvel, bastando discar 100.
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